domingo, 11 de novembro de 2007

por mais palavras bonitas e nostalgicas que hajam, há coisas que só traduzidas por imagens. A pedido de algumas babes, cá vai:


baci

Cats

terça-feira, 6 de novembro de 2007

entro na roda. com licença...

Com licença. Resolvi subir ao sotão e remexer num tal de caixote amarelo. Gosto de caixotes, têm uma arrumação perfeita e são fáceis de vasculhar. Venho de mansinho, faço pouco barulho e deixo tudo no sítio, prometo.

Entro na roda para falar de um elo que nos apresentou, nos juntou as mãos e partiu. Passado este tempo, sinto necessidade de partilhar. Porque às vezes esta comichão interior tem que ser coçada nalgum sítio!

De como éramos pequeninas, e no fim-de-semana íamos passear, numa tal Passat, almoçar em restaurantes sem saber onde, qualquer sítio dava para brincar, e o importante era fugir rápido para vir fazer coreografias ao som do Bolero de Ravel, a única cassete no carro, danças no adro da igreja, pinos, rodas e acrobacias.

E seguíamos para casa do tio, esse sítio mágico com piscina. E respirávamos por palhinhas, e mergulhávamos sem fato de banho, mas rápido para ninguém ver.

E no alto do 9ºandar, a comer chocolates Finger, a guerra do Golfo estoirou na televisão. E, com medo, corremos para a varanda para ver as bombas verdes (que medo!). De tão alto devia dar para ver… É longe, não se preocupem, aqui não vai chegar nada.
Dormimos com um nervoso miudinho mas protegidas porque estávamos juntas, que sorte.

E quando, e volto atrás outra vez, ainda em Olhão, resolvemos andar de bicicleta. Ela ía finalmente aprender e eu fui a professora designada. Depois de uma tarde de treino e progressos, era hora do show final e chamámos a minha mãe para nos ver descer a rua em duas rodas. Mas veio uma mota em sentido contrário, atrapalhámo-nos. Hesitação e a mota teve que parar para nos deixar passar. A minha zangou-se e a partir daí, só no passeio e no parque. Porque as motas e os carros são perigosos. E foram perigosos.

E ando para a frente agora. Detalhe da vida. Uma carta escrita em Maio e recebida em Junho 99. Escrita às prestações, ao fim do dia, num tom de cumplicidade. Terna e simples. Planos e dúvidas. E fofocas. Como aquela da Catarina loirinha que foi eleita a rainha da noite no baile do liceu, a “mais linda de tudo”. E que a Patrícia curtiu com o Daniel Nobre. E o vestido da Vanessa… ;) E tu, ciganota, como estás?
Ouve-se a semana académica lá fora… nunca mais é fim de semana…
E finalmente os dias estão mais lindos, temos que ir matar saudades à praínha mais linda. E o Kempo e o cabelo recém-cortado, por baixo da orelha. E mal de amores… “são como as casas de banho, ou cheiram mal ou estão ocupadas…”.
E o envio de um postal que vale um jantar para 2 pessoas, no restaurante Cantinho dos Caçadores. “Tu lembras-te disso, estávamos na praia, foi há bués (90?). Ganhámos esse prémio – a gerência Dário Silva, aquele que achávamos todo pazeiro. Búes de anos atrás mesmo. Quando voltares, vamos lá, se ainda existir o restaurante…”

Fecho o baú. Ai não, é caixote. E amarelo porquê?