domingo, 11 de novembro de 2007

por mais palavras bonitas e nostalgicas que hajam, há coisas que só traduzidas por imagens. A pedido de algumas babes, cá vai:


baci

Cats

terça-feira, 6 de novembro de 2007

entro na roda. com licença...

Com licença. Resolvi subir ao sotão e remexer num tal de caixote amarelo. Gosto de caixotes, têm uma arrumação perfeita e são fáceis de vasculhar. Venho de mansinho, faço pouco barulho e deixo tudo no sítio, prometo.

Entro na roda para falar de um elo que nos apresentou, nos juntou as mãos e partiu. Passado este tempo, sinto necessidade de partilhar. Porque às vezes esta comichão interior tem que ser coçada nalgum sítio!

De como éramos pequeninas, e no fim-de-semana íamos passear, numa tal Passat, almoçar em restaurantes sem saber onde, qualquer sítio dava para brincar, e o importante era fugir rápido para vir fazer coreografias ao som do Bolero de Ravel, a única cassete no carro, danças no adro da igreja, pinos, rodas e acrobacias.

E seguíamos para casa do tio, esse sítio mágico com piscina. E respirávamos por palhinhas, e mergulhávamos sem fato de banho, mas rápido para ninguém ver.

E no alto do 9ºandar, a comer chocolates Finger, a guerra do Golfo estoirou na televisão. E, com medo, corremos para a varanda para ver as bombas verdes (que medo!). De tão alto devia dar para ver… É longe, não se preocupem, aqui não vai chegar nada.
Dormimos com um nervoso miudinho mas protegidas porque estávamos juntas, que sorte.

E quando, e volto atrás outra vez, ainda em Olhão, resolvemos andar de bicicleta. Ela ía finalmente aprender e eu fui a professora designada. Depois de uma tarde de treino e progressos, era hora do show final e chamámos a minha mãe para nos ver descer a rua em duas rodas. Mas veio uma mota em sentido contrário, atrapalhámo-nos. Hesitação e a mota teve que parar para nos deixar passar. A minha zangou-se e a partir daí, só no passeio e no parque. Porque as motas e os carros são perigosos. E foram perigosos.

E ando para a frente agora. Detalhe da vida. Uma carta escrita em Maio e recebida em Junho 99. Escrita às prestações, ao fim do dia, num tom de cumplicidade. Terna e simples. Planos e dúvidas. E fofocas. Como aquela da Catarina loirinha que foi eleita a rainha da noite no baile do liceu, a “mais linda de tudo”. E que a Patrícia curtiu com o Daniel Nobre. E o vestido da Vanessa… ;) E tu, ciganota, como estás?
Ouve-se a semana académica lá fora… nunca mais é fim de semana…
E finalmente os dias estão mais lindos, temos que ir matar saudades à praínha mais linda. E o Kempo e o cabelo recém-cortado, por baixo da orelha. E mal de amores… “são como as casas de banho, ou cheiram mal ou estão ocupadas…”.
E o envio de um postal que vale um jantar para 2 pessoas, no restaurante Cantinho dos Caçadores. “Tu lembras-te disso, estávamos na praia, foi há bués (90?). Ganhámos esse prémio – a gerência Dário Silva, aquele que achávamos todo pazeiro. Búes de anos atrás mesmo. Quando voltares, vamos lá, se ainda existir o restaurante…”

Fecho o baú. Ai não, é caixote. E amarelo porquê?

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Uma mais antiga, talvez 1993

Pois é... Estvávamos em pleno ano de 1993, quando a nossa amiga Sá resolve armar-se em grande e começar a fumar... Lindo!!! Mal tinha saído da barriga da sua mãe já só se via de cigarrinho no canto da boca com os seus belos 12, 13 aninhos...

Eu, completamente anti tabagista na altura, lá era obrigada a ir com a nossa amiga Sá para a casa de banho da escola ou para os refúgios que esta tinha, para acompanhar, intervalo após intervalo, a nossa amiguinha no seu belo cigarro...

Depois de muito cigarros, alguns roubados aos meus pais, já que nessa altura não tínhamos dinheiro para os comprar, eu fazia o favor à Sá de todos os dias roubar 4 cigarros com que ela fazia as suas delícias diárias...

Finalmente, lá me conseguiu convencer que fumar era muito giro e bom... Numa das nossas muitas idas à casa de banho lá resolvi experimentar o meu primeiro cigarro que, juro por deus, parecia que me ia arrancar os pulmões todos de dentro do corpo... depois de muita tossidela lá me recompus para irmos para as nossas aulinhas...

Certo dia, sendo que o nosso esconderijo secreto era mesmo dentro das bolsas das canetas, numa bela aula de história, a professora resolveu brincar com a minha bolsa (mas também que bela cusca que esta senhora me saiu)... Brincadeira aqui, brincadeirinha ali, lá se abre a minha bolsa de onde sairam alguns cirgarros que estavam bem acondicionados...

Bem dito, bem feito... Foram logo as nossas mães chamadas à escola pela directora de turma para contar a nossa criancice... Vá lá que a minha mãe pensou que fosse sol de pouca dura e resolveu não ligar muito à conversa já que, por vezes, quanto mais se implica pior...

O que é certo é que graças à Sá passei de anti-tabagista a fumadora inveterada... E agora? Pagas-me os tratamentos para deixar de fumar? lol

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Coisas inexplicáveis

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis, por isso existimos."






Não conto a história, mostro-a. Existimos. Fomos, somos e seremos sempre nós.
Não me peçam pormenores, só sei isto.

1.º Acampamento - 1994?

Como não podia deixar de ser, fiquei cheia de invejazinha com as vossas historinhas e também me começo a recordar de umas belas e lindas histórias de encantar...
É verdade, penso que estávamos por volta do ano de 1993 ou 1994, quando eu, a Cats, a Sá e a Sarita resolvemos inscrevermo-nos nos escuteirinhos... mais propriamento no agrupamento 77 de Faro...
Fomos desde logo incorporadas na Patrulha Raposa (mas que bela patrulha), da qual também faziam parte a Catarina (não me lembro do último nome) e mais uma miúda que era da Afonso 3.º cujo nome também não me recordo... é o que dá estar a ficar velha a memória não dá para tudo...
Outro pormenor que não me recordo é o mês mas penso que devia ser Verão ou Primavera porque o tempo estava fantástico...
Também não me recordo do local do acampamento que terá sido no Algarve mas longe de Faro já que fomos todas de comboio.

Chegadas ao acampamento, hora de montar a tenda como não podia deixar de ser... assim como de todo o nosso aconchego para os dias de acampamento...

Por volta das 11horas, a nossa chefe Patrícia foi-nos entregar todos os ingredientes para que pudéssemos confeccionar os nossos belos manjares... Depois de uma bela discussão lá se tirou à sorte quem haveria de fazer o almoço... que seria nada mais nada menos que atum com feijão frade (nunca pensei que um almoço tão simples pudesse ter sido tão difícil de fazer).

Com a sorte que tenho, calhou-me a mim e à Sara (ou seria Sá), fazer o belo almocinho... que incluía fazer o fogo, a mesa do almoço, etc... o que não foi nada fácil... Na verdade, o fogo até correu bem o resto é que nem por isso..

Ateado o fogo, metemos a água a ferver... A seguir foram os ovos para dentro da panela e penso que o feijão... ´Só me recordo que correu bastante mal já que o almoço ficou cheio de cascas de ovo que não era suposto...

Deste acampamento também me recordo das belas cantorias que tivemos que ensaiar tais como "Esta vida de escuteira está a dar cabo de mim..." muito bom....

Ao 2.º dia, já tudo estoirado e a sentir-se bem porco, lá fomos procurar um sítio para tomar banho... não podia ser pior... Ali nos arredores só existia um tanque com água verde e cheio de cobras de água... mas na falta de melhor teve mesmo que ser... arhg... que nojo...

Outro dos pequenos incidentes... e como não podia deixar de contar... foi o rombo que levei na minha mala... É verdade... Eu, mal habituada aquelas lides, resolvi levar na bagagem às escondidos algumas garrafas de água, uns quantos bongos, e umas bolhachas e sandocas para aconchegar o estômago... Feliz e contente com as minhas aquisições, escondi os petiscos bem guardadinhos para não os ter de partilhar com ninguém... (pior a ementa que o soneto)... As minhas amiguinhas da patrulha, numa bela noite de insónia, resolveram vasculhar as malas das jovens adormecidas... Bem dito bem feito... quando acordei de manhã não me restava uma gota de água nem uma migalha de bolhachas... Foi bem feito para aprender a partilhar mais...lol....

Belas aventuras... Mas tenho muito mais...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Cartão e Bujas no Queques da Linha

Corria os primeiros meses no novo ano lectivo de 1996 na nova escola "a escola dos Grandes" o LICEU, quando as três catraias arranjaram bilhetes para o concerto dos PEARL JAM (gandas malucas)

Sendo o concerto em Cascais à noite mas como eramos umas verdadeiras amigas achamos por bem ir de manha no belo do comboio (sim pq ainda nao havia scenic nem grande jipe nem mto menos a carta de condução) o inter cidades sai as 7:20 da manha e como sempre fomos mto desenrascadas ninguem precisava de nos ir levar aos comboios tinhamos a mania de ser independentes mas claro sempre sempre sempre atrassadas (ainda hoje somos assim). Fui a correr da minha casa ate ao tridente buscar a sarita pareciamos uma loucas a correr de um lado para o outro pois tavamos super atrasadas e o sr. guarda do tridente pensava ou que eramos ladras ou q nós estavam a quer fazer mal. Coitado acho que até hoje o sr. deve se perguntar o que se passou naquela manha.

Assim partimos para lisboa as tres catraias mais os gajos todos do basket de Faro (que bem giros e galados eram na altura).

Chegadas a lx feitas mulheres grandes passeamos na rua Augusta e fomos comer e brincar p o Mac Donalds do Rossio.(Sa temos de digitalizar as fotos pq só visto mesmo)

Ahhhh eramos ainda mais malucas pois nao era o certo sitio para dormir, os irmaos do basket tinham la um amigo em Paços de arcos q dava para uns qtos ficarem no quarto dele.

Assim apanhamos o comboio da linha e fomos deixar as coisas na casa desse rapaz (na altura estavamos cerca de 10 e o quarto ja era pequeno para tantos mas acabamos mtos mais nesse quarto).

Tinhamos de lanchar, o gang de 10 farenses e acabamos por ir ao ainda hoje existente "Queques da Linha". Logo a entrada ficamos super excitados era algo inovador com um cartao (como é hoje vulgar em qualquer discoteca ou bar) tudo o que pediamos passava o cartao na maquina e pagava-se tudo no final era a loucura e aloucura maior era tantas bujas as 4 DA TARDE, não sei se não poderemos a nossa primeira poderemos aquelas horas.( aminha acho que sim).

No auge da nossa loucura partimos para cascais mais uma vez no comboio da linha. Mtos risos mta parvoice ao ponto da sarita tar deitada o chão com os cabelos presos no banco rebativel do Beja, ela chorava de dores mas ria-se ao mesmo tempo da situação pq nenhuma de nós se lembrava.

La andamos por cascais bebedos, regatiar com os monhes as t-shirt do concerto, ir bem cedo para a porta do concerto. Quem eram os primeiros da fila????? Claro o camané e a sua trupeee.

La começou o concerto de abertura dos Pearl Jam, os moxes e andar por cima dos braços até ao palco. Lembras-te que o Carlitos foi expulso nem viu o inicio dos Pearl Jam. Mto saltamos mto suamos mto falamos com o sr das bebidas que nos guardava as coisas. O Fred pigava parecia que tinha andado nas Trip e teve de vestir a sweat a fazer de calças.

No final eramos 20 para ir dormir a Paços de Arcos a casa do amigo do jorge. O comboio ia a transbordar nem as portas fechavam.

Claro que pouco ou nada se dormiu com a excitação com os copos e com o medo da mae do rapaz (se que tinha teste no dia seguinte).

Apanhamos o comboio para baixo o joao manuel ainda vez o um espectaculo com a sua seringa dos diabetes.

Correu tudo bem foi o maximo e as 14h já estavamos tods no Liceu para as aulas da tarde. Sim pq sempre fomos mto responsaveis com as aulas :)

Grande Concerto Grande Diversão Grande Aventura Mtas Saudades

Beijos de Saudade e Adoro te minha SAAAAAA





To be Continue

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

1994 ou 1995??? aceitam-se ajudas

Então é assim a amiga lica maria ficou estremamente invejosazinha com esta historia de historias para contar, pois amigas minhas do meu coração que me conhecem como vós conheço sabem que a amiga lica não adora nada uma bela converseta e tem sempre algo para dizer.

A princesa não é la das letras como a Sa e a Cats, logo nao terei tanto charme neste duelo de titã da velha infância, mas prometo trazer bons remember.

Então aki vai:

Estávamos nós julgo eu em 1994 no nosso lindo 8 ano na bela nº2 sendo as rufias e rainhas da escola. Numa noite fria de Dezembro ( mais concretamente 1 de Dezembro), juntamos as rufias na casa da Alexandra Sousa para o seu aniversario, na sua casa (frente vila Pinto), sim porque caso não se lembram tinha a perna em gesso, mas todinha tinha partido a perna e não tinha ido de viagem com os pais. Bom adiante, festinha de miúdas mas já grandinhas, comidas bebidas sem álcool, mtos adultos chatos que olhavam com ar repreendedor ao som dos Gnr e o album que tinha musicas em espanhol. Como as festas acabavam mto cedo para as rufias lembramos de uma festa pijama na casa da lica maria p a noite se prolongar.

A festa seria no meu lar e as intervenientes foram: eu, a sa, a cats, a sarita, temos de admitir q ainda tentamos convencer a mãe da Alexandra, mas claro q ela nao deixou. Tinha sido giro encontrar o pai da sa no pão c chouriço e alexandra de gesso ate a anca:). Andei um pouco p a frente.

Bom assim foi inicio da festa do pijama mas isso era p pitas então la fomos armadas em grandes p a baixa mas claro q fomos catadas pelo pai da sa com uma bela desculpa nos safamos mas não ficamos por ali, grande noite.

Final da noite as 4 no tapete da minha sala com os lençóis dos Simpson e mtas almofadas à mistura.

Lembram-se de pormenores?????? e lembravam-se desta

Como foi a primeira claro q não consegui deixar mto suspense

mas tenho mais

História da lata de atum e do frasco de plástico de azeite

Ok, então it's my turn.
Andas a pressionar-me e a minha memória fica nervosa, como no dia da apresentação do LIVRO EM BRANCO, mas isso é outra história... :)

Era uma vez quatro raparigas que não sabiam o que fazer num sábado, ou melhor num fim-de-semana!

Para que melhor se recorde: eu, tu a Sara e a Sofia.
Resolvemos ir para a Pedra de Água (casa de campo da Sara) mas combinámos no Tridente para a Luciana nos dar boleia. Em que ano foi? Não me lembro, mas sei que erámos bem novas, porque nenhuma de nós tinha carta para conduzir o carro. Também tenho a certeza que era verão, porque ainda sinto o calor do sol e a frescura dos mergulhos na piscina, mas a essa parte já vamos.
Chegámos e tocámos (esqueci já o código da porta, 10 13 qq coisa... pronto, era um 9º andar, O 9º andar) e a Sara desceu. Enquanto esperávamos no Polo branco pela Luciana a Sara mostrou-nos uma k7 do irmão - Dead Combo. Sempre a invejei por ter um irmão mais velho que a punha a par das maravilhas do mundo dos grandes! A Catherine ficou logo fascinada e solicitou uma cópia.
Seguimos viagem.
Ainda no caminho, super animadas e ansiosas, lembro-me perfeitamente de passarmos uma pequena lomba e a Sara, que ia à frente, dizer irritada: - Contigo nunca funciona!
A mãe sorriu e pediu-lhe que se explicasse.
- Com o pai ou com o João (leia-se Fofes) damos sempre o saltinho, contigo não!
Achei piada. Uma das coisas que mais gosto na condução da minha mãe é o facto dela andar de pressa, irrita-me "pisar ovos". A mãe da Sara não teve ter achado assim tanta piada.
Adiante.
Chegadas ao destino, tivemos direito a uma apresentação formal do espaço. Ainda no hall de entrada havia uma porta para o escritório. A secretária ao fundo,virada para a porta, um pequeno sofá e do lado oposto ao sofá, do lado direito da porta, um cavalete com um quadro.
- Fizemos todos juntos, para oferecer ao meu pai nos anos.
Bela prenda! Creio que foi na comemoração dos 50. Uma família de artistas, há que elogiar!
A outra porta do hall dava para a sala. Em frente uma mesa e um armário de madeira (com a aparelhagem que nos animou a tarde de domigo). Do lado esquerdo a porta que escondia o corredor dos quartos e o recanto de estar... sofás e lareira. Em cima uma estrura de madeira que parecia denunciar um mini-segundo andar, nunca lá subi, será que dava?
Do lado direito, a porta para a cozinha. Na cozinha descansava uma mesa ainda maior que a sala.

Tanto a sala como a cozinha tinham grandes portas de vidro para a varanda. A varanda exibia uma paisagem com um largo horizonte (o que mais faz falta hoje em dia...). De ambos os lados da varanda havia escadas para o jardim, disnevelado face à casa.
Lá em baixo jazia a piscina e ao lado (no que se poderia chamar cave se estivessemos dentro de casa e rés-do-chão se estivemos na piscina) o NOSSO REFÚGIO!

Do lado direito uma divisão com tralhas que tanto jeito nos deram, colchões de ar, bóias e afins; em frente a casa de banho, e do lado esquerdo uma ampla sala com colchões para dormirmos e A BATERIA DO FOFES!!! :)

Sáltamos logo para a piscina e iniciámos o tão apreciado jogo da baleia branca...
Entre sol e piscina, piscina e sol, cansadas de tanto mergulhar, tivémos uma ideia!
(Já reparaste que as nossas ideias eram sempre, como dizer, brilhantes!)
Fazer, nada mais nada menos do que... tchan, tchan, tchan... FAZER UM BONGO!
Pois é vivia-se o espírito livre da Mona Lisa que ainda hoje habita o meu quarto e pusemos mãos à obra. (foi no mesmo ano que oferecemos o bongo de vidro á Adriana, ela deve-se lembrar da data, não?)
Cadê o material?? Em lado nenhum... Mas erámos escoteiras, ou não?! Claro. Quer dizer a Sofia não, mas tem o espírito!
Depois de muito pesquisar a sala das tralhas, a despensa e 1700 armários da cozinha, não sem antes roubar um bocado da mangueira do jardim, tinhamos todos os ingredientes. Ou pelo menos assim pensámos.
Uma garrafa vazia de azeite, a tampa de uma lata de atum (para fazer a caldeira) e uma vela (para eventuais fugas).
Ainda hoje recordo com pena o momento em que percebemos que não funcionava! Esquecemos a rede (para a sopa não se precipitar na magueira e perder-se na água, esquecemos que as latas de atum são oleosas e as garrafas de azeite ainda mais... (acho que é por isso que ando com este ataque de acne juvenil).
De qualquer forma, foram pelo menos duas horas a rir sentadas no chão.
Tendo em conta que o sol estava banstante quente e as donzelas já estavam a torrar, entrámos para o nosso "quartinho". Ainda não tinhamos preparado as camas... foi aí que ecoaram as nossas primeiras interacções com a bateria...
Os pais da Sara chegaram (a Luciana entretanto tinha ido às compras) e o joão (pai) veio pedir-nos (relativamente aborrecido, para não usar a bela conjugaçaõ de palavras fodido da vida) que tirássemos as nossas mochilas de cima da mesa da varanda. Pois, a minha longa descriçaõ do espaço não tinha ainda recaído sobre esta peça de mobília. Em frente à cozinha, na varanda, havia uma mesa redonda. Cá em baixo perto da piscina havia outra, com um barbecue... agora que penso mas porque raio teria aquela casa tantas mesas?? Just joking, a casa era perfeita! Pelo menos para nós foi.

Trouxemos as mochilonas com quilos de roupa. Sim porque as babes andam sempre com a casa às costas, mesmo quando não se vai sair de casa. Este fenómeno quando se viaja é problemático.. ups... deixo para ti!

Tomámos banhoca e subimos para jantar. Já não me lembro o que jantámos (e repito, não lembrar é bom, é sinal que não vomitei!) nem se havia álcool. Acho que quando nos juntávamos, andávamos sempre embriagadas por natureza. Existe uma teoria que explica isto, mas agora não lembro, se lembrar já acrescento. (A minha massa encefálica está a mirrar comportando-se como um verdadeiro músculo que quando exercitado se contrai)

Pois... jantámos e descemos outra vez!
Esta parte passo! Também não posso escrever tudo, senão nunca vais conseguir acabar de ler e dar-me os pontos (merecidos).

A tarde era já menina ao pé da noite que se avizinhava!
Uma bateria, uma viola e 400 peças de roupa que fomos buscar aos armários lá de cima... animaram uma noite inteira de cantorias.
"mataram mi burro, roubaram mi ombre... mataram! roubaram! mi ombre! mi burro"

Ou o clássico, que me traz tantas recordações e força as lágrimas:
"Toda a gente critica o telemóvel do vizinho
Mas no fundo toda a gente queria ter um igualzinho
Toda a gente grita: todos diferentes todos iguais!
Mas se calhar há uns quantos bacanos a mais"

Nesta altura ainda não tinhamos inventado o grand hit do século:
"é pa fumar é pa fumar, é pa beber e vomitar. É pa fumar, é pa fumar... eu faço tudo e inda não morri"
maravilhosamente adaptado do original (inventado nos degraus de uma porta aberta de um comboio em movimento por mim e pela Sara)
"é pa lamber, é pa lamber, é pa engolir e pa cuspir. é pa lamber, é pa lamber, eu faço tudo e gosto de ti!"
HISTÓRIA ERRADA OUTRA VEZ, eu perco-me pah, perco-me!
- Mas já agora será que a minha ilustre adversária se lembra de que viagem falo?? :P

E lá andamos a noite toda a batucar, a vestir e despir fatiotas, a reinventar personagens. Depois caímos novamente na piscina sem biquini (pode-se contar tudo aqui?!) e intercalámos os mergulhos com a observação de estrelas. Andámos a treinar o reconhecimento da ursa maior, da menor... (Devíamos estar a treinar para podermos colar mais uma especialidade na farda) e tivémos outra ideia brilhante: Cuspir fogo!
Sabíamos como era? claro que não! Dah, se soubessemos não tinha piada.
Arranjámos um pau e enrolámos na ponta um pano branco velho.
A Sara foi buscar aguardente (ah, ah, afinal havia álcool!) e fizemos umas tentativas frustradas. Não satisfeitas com a aguardente tentámos quase o bar todo e nada!

Os ânimos estavam a esmorecer perante tantos fracassos e resolvemos mudar de ares.

Subimos à casa e empreendemos uma longa excursão pelo corredor dos quartos, até ao refúgio do mano mais velho... realmente, agora que penso nisso, porquê?! Coitado do rapaz se soubesse que lhe revistámos as gavetas todas à procura de qualquer coisa que nos distraísse... eramos terríveis. Ok, sejamos sinceras, AINDA SOMOS TERRÍVEIS!

Por entre muitas gragalhadas quase mudas (os pais da sara estavam em casa a dormir, pensávamos nós) encontrámos o postal.
O postal!
o postal com a despedida derradeira.
O postal da frase de amor perdido que repetimos nessa noite e em muitas cartas posteriores até à loucura:
"E os mortos a rirem-se de tudo isto, do outro lado da mágoa"

e sobre esta frase não consigo falar mais, todas nós sabemos porquê.

Adormecemos, a Sara numa ponta, eu, tu e a Sofia. Acho que foi assim. Pelo menos a certeza que dormi ao lado da Sara, era a nossa posição na tenda. Fizemos a habitué onda com as pernas presas dentro dos sacos camas, trocámos segredos e adormecemos na certeza de que acordaríamos juntas para continuar a rambóia.

Acordámos e subimos para pequeno almoçar. Os pais da sara antes de saírem elogiaram desdenhosamente a nossas provas de talento com a bateria na noite anterior...
Ainda descemos para mais umas brincadeiras em cima dos colchões de ar (e debaixo deles) mas o sol estava muito quente e subimos novamente.

Ouvimos umas musiquetas e cantámos, como sempre... Muranguuuuuuuuus... e como o chocapic(!!!) já era uma leve lembrança resolvemos ir preparar o almoço.
As quatro abandonadas na cozinha (sem um adulto que nos orientasse a criatividade culinária) - Batatas fritas com salsichas fritas!
Ok, eu admito, eu comi as salsichas não fritas porque estava cheia de fome, mesmo, e não consgui esperar que o raio das salsichas fritassem. Realmente não percebo porque não fritámos as batatas e as salsichas ao mesmo tempo (ainda que em recipientes diferentes).
Acho que foi a primeira refeição em que vos mostrei o litros de vinagre que ponho nas batatas fritas. A Sofia ficou escandalizada... :)

Com a barriguinha cheia, começamos outra vez a inventar. A grande máquina de filmar que me acompanhava nas peripécias da altura estava presente (ainda ei-de postar aqui algumas filmagens, se as encontrar...) e resolvemos inovar:
FIZEMOS UMA SÉRIE TELEVISIVA INTEIRA!
Uma espécie de All you need is love misturado com aquele programa lamechas para encontrar familiares, arghhhh não me lembro do nome!

A Sofia e a Sara foram um belo casalinho de fufas, a catarina foi a mãe que tinha perdido a filha (foste?), eu acho que fui só a responsável pela filmagem, a realizadora e a miúda que aparecia nos anúncios dos intervalos.
Foi o que se pode chamar o início de uma bela carreira - A catarina que conte a história da quatro spice girls... :)

Passámos a tarde quase toda nisto e quando descemos para arrumar as divagações da noite anterior ainda tentámos cuspir fogo outra vez. Era impreterível conseguirmos, disso dependia o sucesso da peça que estavamos a preparar para o grande acampamento regional... Os quatro elementos TEXTOS DA MINHA AUTORIA! Vá vocês ajudaram um bocadinho...

Percebemos que a tocha tinha sido mal apagada na noite anterior e tinha queimado a relva... o pai da Sara não achou piada (outra vez)... Pelo relato parece que o Sr era mau, não era, a sério, era e É UM AMOR. Mesmo quando nos dava descomposturas, e eu ouvi muitas naquele 9º andar, caladinha dava-lhe sempre razão.

Voltámos, já não me lembro bem como, nem quando.
Sei que passado uns dias o Fofes (irmão da Sara) explicou-lhe como se cuspia fogo, treinámos com água no banho e
no Sábado a seguir conseguimos!


Bem escrevi linhas e linhas e ainda me parece que faltam pormenores. Talvez falte esse filme, talvez falte a tua visão.
Não sei quantos pontos mereço, mas estou a começar a gostar MUITO deste jogo.
Citando uma suposta carta de despedida de Gabriel Garcia Marques:

"Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento"

domingo, 21 de outubro de 2007

green banana!

...e por falar em bananas, era costume mascararmo-nos no Carnaval em Faro... acabávamos os mega fatos, por volta das 0h00 de terça-feira de carnaval, vestíamos a fatiota na casa de uma das babes e lá íamos nós Faro abaixo, até ao sr. Tó onde se concentrava toda a palhaçada da noite. Permanecíamos na rua a conversar e a tiritar, pois muitos dos factos eram feitos de cetim ou qualquer outro tecido fresco que contrastavam com as noites frias de Fevereiro. A cena durava pouco mais de meia hora, 1 hora, pois o pessoal começava então a dispersar rumo à Trigonometria ou à Kadoc.

A estória que vou contar, remonta ao Carnaval de 1997, em que 4 das babes (eu, a Sa, a Rita e a Leonor) decidimos mascararmo-nos de bananas... a máscara foi pensada ao minimo pormenor, desenhada nos cadernos pretos durante as aulas (certamente na de Francês, com a "Guidinha") e discutida por todas... decidimos assim ir comprar os tecidos e arame no sábado de Carnaval. até aí muito bem, toda a devida antecedência de que nunca usufruímos para fazer fatos de carnaval!

Ao entrarmos no antigo centro comercial do cinema de Sto. António, a Sa e a Rita fascinaram-se com qualquer coisa: nada mais nada menos que uma tinta amarela (florescente) para pintar o cabelo! eu e a Leonor torcemos logo o nariz: eu talvez porque aquela tinta de "Punks" não me inspirava muita confiança; a Leonor nunca iria permitir porem "O(v)NIs" no seu cabelo. De qualquer maneira, permitimos a compra e depois convencidas de que só íamos pôr aquilo se quiséssemos. Comprámos ainda uma espécie de base amarela para a cara, que viria mais tarde a servir para mais do que a cara!...

As dificuldades começaram logo no sábado à tarde: armadas em miudas que percebiam muito de costura, não percebíamos era nada, e todos os lindos desenhos e projectos que tinhamos não estavam a correr tão bem. eu imaginava a "banana" de outra maneira, a rita não podia estar nessa tarde, a leonor, pouco percebia também... enfim: acabou por sobrar pra mãe da Sandra, que chegou à noite do trabalho e ainda se pôs a fazer o fato da sa. ok fizémos qualquer coisa sim: moldámos os arames para as cascas da banana descascada!

A coisa prolongou-se por mais duas noites: os fatos, apesar de parecerem simples, deram um enorme trabalho à mãe da Sandra que, durante aquelas 3 noites, mal chegava a casa punha as mãos à obra! Na 2ª feira à noite, véspera de Carnaval e noite de Disco, acabámos os fatos por volta das 23h. Fomos para a casa da Rita (pois tinhamos lá o resto do material) e começámos a ver o que iríamos fazer ao cabelo... a Sa e a Rita puseram-se a molhar o cabelo para porem a tinta e eu e a Leonor sempre a recusarmo-nos a pôr aquilo. Passado meia hora já a Sandra e a Rita tinham posto mais de metade do frasco no cabelo e aquilo não havia maneira de "pegar" ao cabelo delas... eu feita esperta (mais feita burra) fui experimentar por um bocadinho, mas mesmo só um BOCADITO daquela tinta de punks... à primeira vista e tal como elas não se viu nada.

uma vez que já era tarde e q não tinhamos o que fazer ao cabelo, resolvemos pôr a base da cara no mesmo! com a cara e o cabelo pintados, mais parecíamos uma gema de um ovo, mas lá fomos felizes e contentes para a Kadoc, com passagem pela casa da Sandra para a Ilda nos ver, com todo o direito!

um dos adereços também adquiridos (acho que foi sem duvida a melhor aquisição, assim como a mais duradoura) foram umas bisnagas em forma de banana: eram pequeninas, discretas mas levavam muita água como se de um balde se tratasse, por outras palavras foi infalível e a brincadeira da maior parte de noite. Como quem vai à Guerra dá e leva, só me lembro de estar no Karaoke a cantar o "More than words" com a Iris e à nossa volta estava a Sa com um gajo qualquer a "bisnagarem-se" um ao outro. conclusão: saí de lá toda encharcada.

ao chegar às 7h da manhã a casa, tive q tomar um granda banho por causa de toda aquela pasta no cabelo que mais parecia gesso seco e finalmente depois de 3 ou 4 lavagens, caí na cama que nem uma pedra!

2 dias mais tarde...
já no liceu, sentadas na escadaria da entrada daquele grande edificio, alguem olha para o meu cabelo atentamente e repara que ele está não amarelo, mas sim com tonalidades de Verde florescente... aaaahhhhh, mas eu não queria, eu não queria pôr aquela porcaria! a sandra e a rita sem nada, quando tinham posto quase o frasco inteiro! Conclusão: andei cerca de 3 meses com o cabelo naquele estado, com os meus amigos a chamarem-me "carinhosamente" de Loira Verde.

Cats 3-5 Sa

70,5 - 1!

Encontrei as amigas dos limões (4ever) a dançar ballet, num acantonamento (já não me recordo bem onde), com garrafas de tequilla a pedinchar sal nos quiosques e as bochechas quentes das ganzas. Cansadas de tanto fugir dos balões de água, habituais nas noites de santos, continuavam à espera de boleia para a praia, para o bar do Tó. Estavam vestidas de Banana(com o cabelo verde) e combinavam calmamente o quizz de domingo sobre as grutas de Gibraltar e os campos de milho do Alentejo perdido. Diziam-se cansadas mas ainda desejavam transpirar os concertos de Xutos, os cafés das babes, as passagens de ano enfadadas de Espadinhas e cozinhados enriquecidos.
Quando a boleia para a praia chegou, que afinal era numa prancha de windsurf (e mesmo com um Wolkswagen (ou seria clio?) à porta) preferiram seguir na Bws que sabia de cor os caminhos do MonteNegro.
Em vez de seguir a Pedra de Água, foram à ilha, montaram a tenda nas palhotas e a Rita casou. Os socalcos da Madeira começaram a cantar e eu recordei a primeira vez que visitaram o (Amo-t) Chiado e tu choraste ínfimas amarguras (de amor!).
Como sempre, foram sair sem esconder que a lua afinal é, e sempre será, amarela!
(ou azul, se a garraja de blue coraçon estiver a cobrir-lhe os lábios adormecidos)

TO BE CONTINUED...

sábado, 20 de outubro de 2007

...e estávamos no ano de 1996...

... quando convidei a Sa para vir a Lisboa ver o Espectáculo Final da Escola de Dança do Conservatório Nacional. Todos os anos em Julho, o belo do espectáculo era realizado no mesmo sítio: Teatro de S. Luiz. Levei-a até aos camarins e bastidores do teatro, vimos a D. Mila a passar os vestidos e tutus que iriam ser utilizados no bailado. Vi os meus amigos a dançarem nos principais papéis e bateu uma nostalgia forte daqueles longos e dolorosos tempos em que o importante era fazer sangue nos pés de tanto andarem sob as pontas...

terminado o espectáculo, voltámos à Parede, nessa altura, ainda a casa da minha tia, que nos quis levar a ver o Casino do Estoril. Ao chegarmos à porta o porteiro do Casino barrou-nos a entrada e a minha tia perguntou se era por sermos novas (14 anos), ao que o senhor respondeu: "não, é por estarem com calçado desadquado!" ambas olhámos para os pés e como boas algarvias que eramos o nosso calçado era nada mais nada menos que umas belas REEF, que tanto estavam na moda!

No dia seguinte fomos convidadas para sairmos na noite de Lisboa por 2 grandes amigos da altura: o Paulo e o Paulinho. Estes dois grandes senhores eram escoteiros de Lisboa, mais velhos que nós e amigos dos nossos chefes, no entanto, sempre nos acharam uma certa piada (de certeza que, pela nossa rebeldia e sociabilidade que sempre mostrámos). O Paulo, com os seus belos 26 anos na altura, era já chefe nacional do Clã, bem cotado na área, trabalhava numa ourivesaria na rua Augusta, onde cheguei a passar algumas vezes, anos mais tarde quando já morava em Lisboa; o Paulinho, por sua vez, com os seus 19 anos, era aquele rapaz super querido, carinhoso e que tanto me fascinou naquele ano... chegámos a trocar cartas (que saudades da época em que ainda não havia telemóveis e que era uma alegria quando chegava uma carta em correio azul com o nome de Paulo Ruivo, no remetente)e também algumas picadas!

Assim, a minha tia levou-nos de carro até à estação de Santos onde eles nos esperavam. Eu trajava umas magníficas calças de Verão axadrezadas de azul, branco e verde alface (lindíssimas!!!) e uma fantástica blusinha de alças azul escura da Kookai e os meus super sapatinhos da Levis; a Sa, por sua vez, o seu tão famoso vestidinho de ganga da Pepe Jeans que lhe deixava bem à mostra todos os seus atributos que já tinha na altura (sempre foi uma boazona!).

atravessámos a rua e andámos até a uma tasca onde era habitual eles pararem para beberem uns copos antes de seguirem para uma disco. Vim mais tarde a descobrir que a tasca era a Paulinha. o Paulo perguntou-nos se não queríamos um "chá", ao que um pouco intrigadas dissémos que sim. o "chá" era nada mais nada menos que um bruto copo de whiskey com um bocado de água. Eu detesto whiskey e a sa idem idem aspas aspas, mas lá bebemos um bocado (ok eu confesso, eu tive a ajuda do Paulinho, a Sa bebeu o copo todo). O que importa é que saímos de lá já com um certo nível de álcool no sangue e apanhámos um taxi em direcção às Docas,que na altura, eram a sensação do momento, porque eram muito recentes.

A 24 de Julho estava apinhada de carros e ninguém andava. Dentro do taxi, a Sa (que nunca tinha morado em Lisboa) perguntou-nos o que eram as "luzinhas" que se viam em cima das Docas... ingenuamente, referia-se à Ponte 25 de Abril! Depois de, entre muitos risos, lhe termos dito o que era, continuou muito intrigada de como é que se subia para lá para cima... enfim... agora que já está cá há 8 anos, acho que já percebe!:) Após estarmos naquela fila interminavel há quase uma hora para andarmos meia dúzia de metros, decidimos deixar o táxi e ir a pé... afinal não era assim tão longe!

Chegados às docas, os bares também se encontravam super cheios, e acábamos por nos sentar no último, o Bar da Ponte, onde mais uma vez o Paulo pediu uma garrafa de vinho BSE. Neste bar, haviam umas raparigas que andavam a entregar flyers que faziam promoção à "Cuba Livre" - Bacardi com Cola - o flyer, que ainda há-de estar guardado no verdadeiro baú de recordações da Sa, dizia tudo o que aquela noite nos estava a dar:

"Ainda a noite é uma criança
Reserva-lhe muitas surpresas (...)
E sabe que mais?!
Cresça e apareça!"

Depois de esvaziarmos a garrafa de BSE (tornou-se um dos meus vinhos preferidos) voltámos para Santos e aí os Paulos quiseram-nos levar à Kapital. Não conhecíamos nem nunca tínhamos ouvido falar em tal discoteca mas pela roupinha das pessoas que faziam fila à porta da mesma notámos logo que não era como a nossa familiar Trigonometria na Quinta do Lago. Assim, com os nossos 14 aninhos e com as nossas roupas super fashions, passámos à frente daquela gente toda, sempre coladas aos nossos anfitriões! já à porta reparámos em todas as gajas que ali estavam: grandes saltos altos, super megas produções, maquilhagem ao rubro! lembro-me de pensar: mas será possível entrarmos aqui?

Dito e feito: depois de ver o Paulo a sacar de mais umas quantas notas de 5000$ (coisa que fez várias vezes durante a noite toda) entrámos na Kapital, e ficámos no andar debaixo... como ainda vinhamos com o flyer da Cuba Livre na mão, decidimos pedir esta bebida que nos patrocinou o resto da noite... mais uma vez a pista estava apinhada de gente gira e a música estava ao rubro! encostámo-nos a um canto a dançar e de repente ao som da hit do Verão - Children do Robert Mile - eu entusismei-me e dei a minha primeira picadinha no Paulinho! Tudo era contagiante, assim como a bebedeira que eu já tinha em cima! e assim me apaixonei pela 2ª vez na minha vida!!! O Paulinho!

Por volta das 5h30 da manhã saímos da Kapital, já se começava a ver o dia a nascer, mas a noite ainda não tinha acabado: virámos a esquina e entrámos noutra Disco, também por nós desconhecida: o Kremlin! com o som ainda mais pujante, estivémos lá até às 7h. Quando saímos, era dia feito! Os Paulos fizeram questão de nos levar de comboio até à Parede (how romantic!) e nunca uma viagem de comboio pela Marginal me pareceu tão bonita como naquela manhã de Domingo! Sentadas no comboio estavam senhoras com flores, com sacos de compras, etc... era um novo dia. Chegados à Parede, despedimo-nos dos Paulos, com promessas de voltar a repetir aquela noite (que nunca se chegou a repetir, pelo menos em Lisboa) e começámos a andar até à minha casa... Cansadas e cheias de fome, passámos pela Praça e aquele cheiro tão característico fez-nos entrar para comprar um PÊSSEGO para cada uma e ainda dar um dedinho de conversa à vendedora. Chegadas a casa adormecemos que nem uns anjos, mas é claro que ainda fizémos ali um resúmo daquela noite tão surreal nos nossos pequenos 14 aninhos de juventude...

sem dúvida, uma bela estória para recordar...

Cacá 1-0 Sa